Carlos levantou-se da cama e se dirigiu a janela. A muito ele não chorava. Via seu mundo virar de cabeça pra baixo. Decidiu que desta vez, não ira deixar Felipe vê-lo chorando. Era demasiadamente humilhante ser visto naquele estado. Levantou a cabeça, encaminhou-se para o banheiro e começou seu ritual matutino, mesmo sabendo que não estava no clima para isso.
Foi para cozinha preparar seu café da manhã. Derrubou a caneca, espalhou pó por todo balcão. Depois de limpar tudo foi para a sala. Tinha algo no bolso da sua jaqueta que seria essencial para aquele momento. Queria ter tudo preparado antes de Felipe acordar. Mas não conseguia esconder a excitação, a sua falta de atenção dava margens à desastrosas tentativas de preparar as torradas que antes era seu ponto forte.
Ao ver Felipe entrando na cozinha, deixou o prato cair. Depois de 9 anos de convivência, olhava para Felipe como se ele fosse um estranho. Uma pessoa com quem acabara de acordar, depois de uma noite de bebedeira. Mas para Felipe, aquela falta de atenção de Carlos e seu modo de agir nas manhãs, era normal, quase uma rotineira.
Felipe se aproximou com um beijo carinhoso. Carlos não recuou, apesar de querer, não o fez. Como de costume sentaram-se a mesa e começaram seu café. Mas algo estava estranho, o clima, os olhares, as torradas.
Felipe sentia que Carlos não estava nos seus melhores dias, e por isso, se conteve apenas a perguntar se estava tudo bem. Carlos, como sempre muito educado, respondeu que sim, que só estava com problemas no trabalho e lhe devolveu um sorriso, que pra qualquer um, era o indício de que nada estava bem.
Felipe sentia que Carlos não estava nos seus melhores dias, e por isso, se conteve apenas a perguntar se estava tudo bem. Carlos, como sempre muito educado, respondeu que sim, que só estava com problemas no trabalho e lhe devolveu um sorriso, que pra qualquer um, era o indício de que nada estava bem.
Carlos já tinha separado o jornal. As páginas que Felipe lia todas as manhas estavam no seu lado da mesa. Felipe começou a folhear seu jornal, e viu um pequeno bilhete. Achou que seria mais um bilhetinho carinhoso de Carlos lhe desejando um bom dia, coisa que era habitual durante o café, mas desta vez, ao ler, Felipe ficou sem reação. Olhou pra Carlos que da mesma forma que lia o seu jornal, continuou.
Felipe ainda pensou se Carlos tinha visto aquele bilhete, era impossível a possibilidade de não ter lido, já que ele se encontrava no seu jornal, dentro de suas páginas preferidas.
Felipe ainda pensou se Carlos tinha visto aquele bilhete, era impossível a possibilidade de não ter lido, já que ele se encontrava no seu jornal, dentro de suas páginas preferidas.
Criou coragem e perguntou a Carlos o quem significava aquilo. Carlos olhou pra ele com os olhos lacrimejando e disse que esperava que ele pudesse dizer. Felipe que tinha visto Carlos chorar apenas uma vez, fez que não entendesse do que se tratava aquele papel.
Carlos, com toda paciência e com toda calma, disse pra Felipe que o tinha encontrado dentro de sua bermuda de malhar, quando foi lavar roupa há 3 dias. Explicou que há 3 dias não dorme direito por tentar não acreditar naquele bilhete. Aquele bilhete era tudo que Carlos não queria ler. Um bilhete onde dizia com todas as palavras que Carlos mais abominava, pois sabia que aquilo, se não fosse dito por Felipe, com quem transava há 9 anos eram palavras sujas. Um bilhete que dizia: ‘’Quando é que estará em casa sozinho novamente? Doido pra experimentar este cuzinho que o Rogério disse que dá muito gostoso. Ass.: João Carlos (Academia)’’.
Carlos não sabia se olhava com nojo, pena, desprezo o que quer que fosse o sentimento que não seja amor. Ele amava Felipe, mas este conseguiu empedernir um coração que só fazia bater por amor. Felipe não tinha palavras. Ficou calado escutando Carlos repetir a cada 5 minutos como ele tinha sido cruel. Felipe tentou se desculpar, mas antes disso, sabia que não teria perdão, pois Carlos sabia de tudo que ele tinha feito ao longo de 2 anos. Carlos, que nunca tinha tido coragem de mexer nas coisas de Felipe, o fez em busca de provas.
Carlos, com toda paciência e com toda calma, disse pra Felipe que o tinha encontrado dentro de sua bermuda de malhar, quando foi lavar roupa há 3 dias. Explicou que há 3 dias não dorme direito por tentar não acreditar naquele bilhete. Aquele bilhete era tudo que Carlos não queria ler. Um bilhete onde dizia com todas as palavras que Carlos mais abominava, pois sabia que aquilo, se não fosse dito por Felipe, com quem transava há 9 anos eram palavras sujas. Um bilhete que dizia: ‘’Quando é que estará em casa sozinho novamente? Doido pra experimentar este cuzinho que o Rogério disse que dá muito gostoso. Ass.: João Carlos (Academia)’’.
Carlos não sabia se olhava com nojo, pena, desprezo o que quer que fosse o sentimento que não seja amor. Ele amava Felipe, mas este conseguiu empedernir um coração que só fazia bater por amor. Felipe não tinha palavras. Ficou calado escutando Carlos repetir a cada 5 minutos como ele tinha sido cruel. Felipe tentou se desculpar, mas antes disso, sabia que não teria perdão, pois Carlos sabia de tudo que ele tinha feito ao longo de 2 anos. Carlos, que nunca tinha tido coragem de mexer nas coisas de Felipe, o fez em busca de provas.
Carlos acolheu Felipe em sua casa há 8 anos. Sabia que Felipe era o amor da sua vida, e mesmo depois de uma decepção amorosa, resolveu dar mais uma chance ao amor. Começou a namorar Felipe e com 1 ano de namoro, resolveram que era hora de morarem juntos. Felipe era o que Carlos sempre sonhou. Apesar de Felipe ser 4 nos mais velho que Carlos, ele sabia que isso não seria impedimento. Carlos trabalhava em uma clínica de odontologia, onde gerenciava um grupo de dentistas. Não era muito seguro de si mesmo. Tinha alguns problemas relacionados a sua auto-estima. Não se sentia atraente, apesar de ser alto moreno e um porte físico invejável para alguns. Caminhava 3 vezes por semana. Tinha uma alimentação balanceada. Já Felipe, trabalhava em uma distribuidora na área administrativa. Era descontrolado, curtia a vida loucamente. Final de semana era fácil encontrar Felipe nas boates.
De certa forma, Carlos se apaixonou por este modo de Felipe levar a vida. Desde então, começaram uma vida juntos. Felipe sempre se mostrou completamente apaixonado por Carlos. Mas depois dos 7 anos de vida juntos, as coisas não estavam indo muito bem para os dois. Carlos continuava o mesmo. Sempre muito educado, dedicado ao estudo e a fazer Felipe feliz, mas o outro sentia que queria mais aventuras. Carlos não se tocou de como Felipe andava ultimamente. Freqüentava a academia umas 2 vezes por dia. Muitas visitas ao apartamento dos dois, quando Carlos não se encontrava em casa. Mas Carlos só achava que Felipe estava fazendo amigos, já que a pouco começava a malhar intensamente.
De certa forma, Carlos se apaixonou por este modo de Felipe levar a vida. Desde então, começaram uma vida juntos. Felipe sempre se mostrou completamente apaixonado por Carlos. Mas depois dos 7 anos de vida juntos, as coisas não estavam indo muito bem para os dois. Carlos continuava o mesmo. Sempre muito educado, dedicado ao estudo e a fazer Felipe feliz, mas o outro sentia que queria mais aventuras. Carlos não se tocou de como Felipe andava ultimamente. Freqüentava a academia umas 2 vezes por dia. Muitas visitas ao apartamento dos dois, quando Carlos não se encontrava em casa. Mas Carlos só achava que Felipe estava fazendo amigos, já que a pouco começava a malhar intensamente.
Felipe agia como sempre com grosseria contra Carlos. Sempre o colocando como vilão da historia, mesmo sabendo que Carlos não sabia o que estava acontecendo.
Carlos começou a se sentir triste e cabisbaixo mais uma vez, parecia estar tendo um dejavú. Foi exatamente desta forma que seu antigo namorado o tinha deixado. Sem motivo aparente, depois de uma discussão sem motivos, Marcos juntou suas coisas e com uma frase apenas disse que não suportava mais viver ao lado de alguém tão passivo, queria alguém com quem pudesse discutir. Queria algum homem de verdade, não um ser que se afoga nos estudos e esquece que tem um homem dentro de casa. Bateu a porta e nunca mais Carlos o viu.
E desta vez, Carlos sentia que estava acontecendo novamente. Felipe agia da mesma forma que Marcos. Mas, desta vez, Carlos iria fazer diferente e perguntou a Felipe o que estava acontecendo. Sentaram e depois de uma longa conversa, Felipe convenceu Carlos de que estava com problemas no trabalho e que algumas responsabilidades estavam sobre suas costas. Voltaram às boas e nunca mais brigaram.
Carlos começou a se sentir triste e cabisbaixo mais uma vez, parecia estar tendo um dejavú. Foi exatamente desta forma que seu antigo namorado o tinha deixado. Sem motivo aparente, depois de uma discussão sem motivos, Marcos juntou suas coisas e com uma frase apenas disse que não suportava mais viver ao lado de alguém tão passivo, queria alguém com quem pudesse discutir. Queria algum homem de verdade, não um ser que se afoga nos estudos e esquece que tem um homem dentro de casa. Bateu a porta e nunca mais Carlos o viu.
E desta vez, Carlos sentia que estava acontecendo novamente. Felipe agia da mesma forma que Marcos. Mas, desta vez, Carlos iria fazer diferente e perguntou a Felipe o que estava acontecendo. Sentaram e depois de uma longa conversa, Felipe convenceu Carlos de que estava com problemas no trabalho e que algumas responsabilidades estavam sobre suas costas. Voltaram às boas e nunca mais brigaram.
Agora, sentado frente a Felipe, Carlos falava pausadamente de tudo que sabia sobre Felipe. Tudo que havia descoberto. Felipe chora descontroladamente, mas Carlos já não acredita no seu choro. Sabia que Felipe sabia mentir como ninguém, por tê-lo enganado por 2 anos consecutivos. Depois de um longo silêncio, depois de muitas palavras proferidas, Carlos sempre muito emotivo, resolveu que seria racional. Enquanto passava a manteiga em sua torrada, com os olhos baixos, pediu com calma que Felipe arrumasse suas coisas e fosse embora, antes do almoço. Ele já tinha ligado pro táxi, e este estaria ali dentro de 2 horas, tempo suficiente pra que Felipe arrumasse suas coisas. Felipe não acreditava no que Carlos estava falando. Achou que seria uma briga normal, mas Carlos parecia decidido e Felipe não quis contrariar.
Carlos se levantou da mesa, juntou a louça suja, se abaixou na frente de Felipe, pegou seu rosto carinhosamente, tocou seus lábios carinhosamente, como fazia sempre pelas manhãs, olhou em seus olhos e se levantou. Felipe sem entender imaginou se as coisas iriam ficar bem depois daquele gesto, mas antes que Felipe perguntasse algo, Carlos apressou-se em dizer pra que ele agilizasse, pois o táxi já estava a caminho.
Felipe ainda não acreditava, no que estava acontecendo, mas sabia que não adiantava argumentar. Tentou em vão um abraço em Carlos, mas este já tinha virado de costas e lavava as louças do café.
Felipe ainda não acreditava, no que estava acontecendo, mas sabia que não adiantava argumentar. Tentou em vão um abraço em Carlos, mas este já tinha virado de costas e lavava as louças do café.
Enquanto, aos prantos, Felipe fazia as malas, Carlos chegou pra ajudar. Sabia que Felipe não iria levar nada do era seu, mas queria ter certeza de que Felipe levaria tudo que lhe pertencia. Não queria nada de Felipe em seu armário. Enquanto faziam as malas, começaram a conversar amenidades, coisas da rotina, como faziam todos os dias. Felipe percebeu o quanto sentiria falta de Carlos, da companhia agradável, dos papos inteligentes, do sexo gostoso. Carlos pegou uma calça sua que Felipe adorava, e num gesto de carinho, colocou na mala de Felipe, sabia que aquela calça ficava melhor em Felipe.
Enquanto Felipe terminava, Carlos sentou-se no sofá da sala pra esperar que Felipe voltasse.
Felipe apareceu na sala, com suas malas nas mãos. Carlos olhos pra ele, com os olhos lacrimejando, e por um instante sentiu uma vontade louca de abraçar Felipe, beijá-lo. Como amava aquela pessoa. Mas seu orgulho foi mais forte.
A campainha tocou, era o táxi. Felipe olhou nos olhos de Carlos, que já não mais conseguia segurar as lágrimas. Olharam-se por alguns instantes, e nu estalo de paixão, ou de um último adeus, se beijaram. Um beijo intenso, cheio de amor e ódio. Sabiam que aquele seria o último.
Carlos se afastou, olhou nos olhos de Felipe, beijou-lhe a testa e lhe desejou boa sorte.
Felipe não sabia o que dizer, apenas disse que o amava.
Felipe pegou as malas e passou pela porta, um último olhar, um último adeus. E antes de fechar a porta, Carlos disse:
- Eu te amei mais que a mim mesmo, e este foi meu erro. Vai com Deus.
Felipe apareceu na sala, com suas malas nas mãos. Carlos olhos pra ele, com os olhos lacrimejando, e por um instante sentiu uma vontade louca de abraçar Felipe, beijá-lo. Como amava aquela pessoa. Mas seu orgulho foi mais forte.
A campainha tocou, era o táxi. Felipe olhou nos olhos de Carlos, que já não mais conseguia segurar as lágrimas. Olharam-se por alguns instantes, e nu estalo de paixão, ou de um último adeus, se beijaram. Um beijo intenso, cheio de amor e ódio. Sabiam que aquele seria o último.
Carlos se afastou, olhou nos olhos de Felipe, beijou-lhe a testa e lhe desejou boa sorte.
Felipe não sabia o que dizer, apenas disse que o amava.
Felipe pegou as malas e passou pela porta, um último olhar, um último adeus. E antes de fechar a porta, Carlos disse:
- Eu te amei mais que a mim mesmo, e este foi meu erro. Vai com Deus.
Fechou a porta, sentou em seu sofá. Não mais chorou, não mais derramou uma lágrima. Decidiu que nunca mais iria se apaixonar na vida. Que aquela era sua vida, aquele era seu mundo, e não se permitia lágrimas no seu mundo. Ligou a televisão e ali passou o dia inteiro.
Esbarraram-se algumas vezes pela rua, mas agiam como completos estranhos um com o outro.
Felipe, superou sua fase e encontrou um novo amor.
Carlos teve alguns casos, mas nunca mais deixou que ninguém entrasse em sua vida!
Felipe, superou sua fase e encontrou um novo amor.
Carlos teve alguns casos, mas nunca mais deixou que ninguém entrasse em sua vida!
Por Maikon Marques