sexta-feira, 14 de março de 2014

Príncipe de um Castelo de Areia Branca.

"Mas é possível escrever os principais textos de nossa vida
nos momentos mais difíceis de nossa existência."


Aloha Nui Loa!!!

Quando é que sabemos se tomamos a decisão certa?
Com esta pergunta começo mais um lenga lenga. Sei lá, de certa forma acredito que meu blog seja mais como meu diário. Bem gay isso né? Mas nunca me fiz de hétero, então, se este blog te incomoda talvez você tenha clicado no link errado, mas se não, seja bem vindo.

Sei que falo demais dos meus problemas pessoais aqui nestas páginas, mas como já disse em alguns textos anteriores, sou um cara de poucos amigos e muitos colegas. Sim, felizmente eu conheço bastante gente, mas amigos mesmo, só o suficiente para contar nos dedos de uma mão e ainda sobrar dedos, talvez porque eu não seja o tipo que se abre facilmente para o primeiro que me dê um abraço qualquer.
Sou capricorniano nato. Dito isso, tenho tendência a me esconder por trás de sentimentos, de sorrisos e tenho um problema sério de confiança, talvez por ter sido várias vezes machucado no passado, hoje me dou o direito de não me deixar levar por um sorriso lindo ou frases prontas.

Há 3 meses estou de volta no Brasil e em toda minha vida, nunca me senti tão confuso em relação a sentimentos quanto estou ultimamente. Um mix de alegria e tristeza invade meu corpo como ondas havaianas a cada segundo que passa. Dias e noites pensando se eu tomei a decisão certa de voltar para o Brasil, mesmo esta tendo sido bem pensada quando ainda morava em Dublin. Uma vontade de sair correndo, sem destino, mas tendo hora pra voltar. Só Deus sabe o que estou passando e chega a ser difícil descrever as sensações.
Amo minha família mais do que tudo nesta vida e quem já leu alguns dos meus textos sabe disso. Sempre quis estar perto da minha mãe e do meu pai, cuidar dos meus sobrinhos, vê-los crescer aprender a falar, levar e buscar na escola. Não tem coisa que me deixa mais feliz do que estas coisas simples da vida, mas me pergunto, onde é que eu estava mais feliz, em Dublin ou no Brasil?
Se eu estivesse lá, a resposta seria impensável, mas aqui, agora, na atual conjuntura, onde me encontro desempregado, com a auto-estima abalada, com minha moral em baixa, não saberia te dar uma resposta precisa para esta pergunta, talvez a única resposta seria: ''Amo minha família, mas sinto falta de Dublin.''.
Seria minha resposta sem sentido, ou seria minha bipolaridade falando mais alto no momento de tristeza?
Porque nunca estamos satisfeitos com nada?

Não sei onde tudo isso irá me levar. No momento só quero desabafar. Nestas horas sinto falta de ter alguém pra chamar de meu. Pra repousar minha cabeça no ombro dele, falar das coisas que me afligem e o sentir segurar minha mão, beijar minha testa e dizer que tudo vai ficar bem.
Conversar com alguém via internet pode ajudar bastante, mas eu sou o tipo de cara que, quando eu quero um abraço, uma mensagem pode ser fatal pra mim. Se eu quero a porra do abraço, não me mande imaginar você aqui perto de mim, ou você vem me abraçar ou me deixe em paz, quieto no meu canto.

Há alguns dias atrás, uma pessoa me disse que sou cruel em minhas palavras. Que penso tanto no que vou dizer que acabo usando palavras mordazes. Concordo que ás vezes eu não tenho filtro social. Basicamente eu penso no que vou dizer, mas não faço uso exato das palavras, mas não quer dizer que eu seja uma pessoa cruel, acredito ser honesto na forma de me expressar. Foi duro ouvir isso. Não porque isso possa ser uma verdade, mas que isso é o tipo de coisa que mais tento mudar em mim, e ver este meu defeito ser esfregado na minha cara, foi um tanto quanto desagradável, mas como bom capricorniano que sou, não internalizei isso, apenas entendi como uma crítica.

Bom, então é isso aí. Tem exatos 9 dias que estou sem colocar um cigarro na boca por conta da quaresma. Sem fumar, sem beber, apenas esperando que rezando para que algo bom apareça e me tire desta fase ruim. Sei que vai acontecer, apesar de ser um eterno pessimista, estou trabalhando isso em mim e mudando os ventos que sopram meu destino. Nada como um dia após o outro. Apesar de tudo, minha fé em Deus é inabalável. Eu confio nele, e acredito que quando eu menos esperar eu sairei deste poço, pois me disseram uma vez que o fundo do poço é onde devemos chegar pra poder pegar impulso de volta para a superfície. Talvez a minha hora ainda não chegou, mas sinto que está próxima.

Status do dia: Dor de cabeça extrema, gripe alérgica mas com um leve sorriso no rosto.

Frase do Dia: "Quero um dia poder escrever, escrever eu mesmo, sem precisar fugir de mim." - Kevin Martins

Música do dia:                         James Blunt - Bonfire Heart





Por Maikon Marques