terça-feira, 26 de julho de 2011
22º dia - Capítulo 22 - Onde as gaivotas cantam!
Hoje, apesar do dia tranquilo, calma, sem estresse, depois de uma mudança drástica no meu visual, resolvi postar uma história que acabei de escrever. Espero que gostem. (22º dia sem fumar, nem acredito!!!rsrsrs)
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Fabiano acordou sem saber exatamente onde estava. Não sabia como tinha parado naquele lugar, sentia apenas uma forte dor de cabeça.
Abriu bem os olhos e se levantou da cama onde estava. Andou pelo quarto enorme. O lugar era lindo, como se estivesse em um quarto de alguma mansão. Escutou um barulho e se escondeu. Entrou no quarto, um rapaz elegante, estava de terno e gravata, super alinhado.
Fabiano o olhou e percebeu como o rapaz era bonito. Alto, aproximadamente 1,90m, branco, cabelos negros, olhos bem grandes e claros que o fitavam como se ele fosse um cachorrinho acuado.
Alan o olhava tentando imaginar o que ele estaria fazendo ali, em pé, nu como veio ao mundo. Sem esperar que o outro reagisse foi logo se antecipando em explicar a situação.
Começou contando que tinha encontrado Fabiano desacordado em um canto no parque central da cidade.
Voltava da balada quando o viu deitado, e por ser médico e tarde e morar perto, resolveu levá-lo para casa pra que não piorasse a situação. Sabia que tinha acontecido algo grave, pois Fabiano estava com os olhos inchados, nariz sangrando e com o corpo bem frio e não queria ter de esperar o atendimento chegar, já que não sabia o que realmente tinha acontecido. Levou-o pra casa, deu-lhe um banho quente, aplicou-lhe o soro e Fabiano ainda desacordado, Parecia ter sido espancado, já que por 3 dias seguidos dormiu feito um anjo.
Fabiano agora o olhava com um certo receio e repetidamente o perguntava o porque o levara pra casa e não para o hospital? Porque correu o risco?
Alan sabia que aquela confusão era normal, e explicou pausadamente o motivo de ele estar ali e não no hospital. Ele estava sem documentos, estava sujo e cheirava álcool, coisa que em um hospital comum seria muito difícil o atendimento, porque facilmente o confundiriam com um indigente.
Fabiano ainda o fitava com certo medo, mas a história era convincente, mas ainda o perguntava porque de o levar pra casa sem o conhecer? E se fosse um ladrão?
Com um sorriso de certo modo malicioso, Alan respondeu que sabia perfeitamente quem ele era, e por isso correu o risco. Agora Fabiano o olhava assustado. Seria Alan um psicopata? Um estuprador?
Alan tinha um olhar que ao mesmo tempo parecer ameaçador, era um tanto amigável, o que confundia a cabeça de Fabiano já por demais confusa. Foi então que Alan decidiu que contaria o porque daquilo tudo, daquela situação.
Há muito tempo, Alan passava pelo trabalho de Fabiano. Alan era um médico respeitável, apesar de novo na profissão, as pessoas já sabiam de sua competência para com os pacientes. E Fabiano, era um garçom, super bem humorado, que trabalhava em um restaurante muito elegante, no qual Alan sempre almoçava.
Alan sempre o olhava atendendo as mesas, sempre muito educado, prestativo. Mas fabiano nunca atendia Alan, o que o deixava sem saber como agir. O restaurante era dividido entre os garçons por blocos. E Alan, que sempre muito metódico, nunca mudava o lugar onde sentava, até porque, achava que restaurante não era lugar pra paquera, e Fabiano nunca o tinha notado.
Sempre o via em lugares, festas, baladas, shopping, e por sentir uma coisa forte por Fabiano, sempre se escondeu. Apesar do seu jeito intimidador, era tímido e retraído. Os olhos grandes e ameaçadores? Faxada.
Até que neste dia, saindo de uma balada, viu Fabiano indo embora, bêbado com dois rapazes. Sentiu-se mal, uma pontada de ciúmes, mas Fabiano nem sabia da sua existência, muito menos do que sentia. Ficou o olhando até que desaparecesse com os rapazes, mas num súbito, sentiu que devia segui-los, pois Fabiano não parecia muito consciente dos atos e os dois rapazes, agiam estranhamente, e sentia que aquela noite não iria acabar bem para Fabiano. Tentou seguir os rapazes, mas eles andavam rápido demais, entraram num táxi e sumiram. Alan decidiu então que, se eles estavam num táxi, era por que iriam pra casa. Pegou um táxi logo em seguida e foi pra casa. mas antes, decidiu que pararia em uma lanchonete próximo de sua casa. Lanchou e voltou caminhando pra casa. estava pensando em Fabiano o tempo todo pois ficou realmente preocupado com ele.
Decidiu que passaria pelo parque, dar uma volta, já que era tranquilo aquele horário. Foi caminhando e quando olhou, viu um rapaz deitado, machucado. Pensou duas vezes em ajudar, pois poderia ser uma cilada, mas quando viu quem era, não pensou duas vezes. Pegou Fabiano nos braços e o levou pra casa.
No primeiro dia, passou a noite inteira ao lado de Fabiano. Ficou preocupado. Naum iria levá-lo a um hospital pois sabia da burocracia. Resolveu cuidar e velar Fabiano ali. Mesmo machucado, não podia deixar de reparar como fabiano era bonito. Ao acordar, se arrumou e foi ao trabalho, mas contratou uma enfermeira de sua confiança pra que cuidasse dele enquanto estava no trabalho. E assim 3 dias se passaram até que Fabiano despertasse.
Fabiano agora o olhava diferente, como se estivesse a sua frente o homem que salvou sua vida em troca de nada.
Allan pediu que ele se trocasse para irem ao hospital fazerem alguns exames pra terem certeza de que estava tudo bem. Tudo resolvido, Alan levou Fabiano pra casa. No restaurante já estavam sabendo que ele estava internado e que sofrera um assalto. Chegando em casa, Fabiano o convidou a entrar, mas não podia, já estava atrasado pro trabalho.
Fabiano o agradeceu e disse que iriam se esbarrar por ai.
Allan voltou pro trabalho, passou dia inteiro ocupado, mas sempre com Fabiano na cabeça. Achava que dali em diante a vida dos dois voltaria a ser como antes.
Dois dias depois, Fabiano o procurou com a desculpa de que queria as roupas de volta, mas Allan tinha jogado fora, por estarem rasgadas e sujas. Allan o convidou a entrar e Fabiano olhando nos olhos disse que entraria com uma condição, que Alan o escutasse com muita atenção, pois tinha algo pra lhe dizer.
Alan o molhou assustado e concordou, pois o rapaz parecia atordoado.
Felipe sentou e começou a falar: -" Eu não sei o que aconteceu, como aconteceu ou quando aconteceu, mas estes dois dias que se passaram, eu não paro de pensar em você. Desde que me deixou em casa eu tenho sonhado com você. Me lembro de alguns flashes do que aconteceu comigo. Me lembro de estar sendo carregado por você. Vi o seu rosto. E não consigo parar de pensar em você. Eu sempre fui apaixonado por você. Nunca tive coragem de te servir por achar que você era demais pra mim, por isso, sempre trocava a escala. Tinha vergonha de te servir.
E depois que você me disse aquilo tudo, ao chegar em casa, fiquei pensando se você disse mesmo, ou se foram devaneios meus. Não sei o que esta acontecendo comigo. meu coração está em chamas, minha barriga parece ter milhões de borboletas e minhas pernas estão bambas. Sei que posso estar entendendo errado, me desculpe se estiver''. Fabiano estava atordoado. Aquela revelação pegou Alan de surpresa que o olhava com os olhos cheios de lágrimas.
Fabiano, sem entender sua reação se desculpou mais uma vez e saiu correndo da casa de Alan, que ao ver o rapaz atordoado, saiu correndo em sua direção, o gritou e antes que o garoto começasse a falar novamente, o beijou com tamanha paixão, que ficaram ali, se beijando por minutos que pareceu eternidade. Um beijo intenso, cheio de paixão e fúria. o beijo do novo. O primeiro beijo da paixão que demorou tempos pra se mostrar.
Sabiam que aquilo era o que eles queriam, mas tinham medo do amor. Tinham medo de se entregar. Tinham medo de serem felizes. Mas decidiram tentar, dar uma chance.
E mesmo sem saber o que o destino reservava para os dois, sabiam que ali, o amor nascia.
por Maikon Marques