quarta-feira, 26 de março de 2014

Ecos do Silêncio!

A origem de toda angústia é a de ter perdido 
o contato com a verdade.



Aloha Nui Loa!

(Dê o play na música no final da página e leia, assim viverá a minha experiência ao escrever)

Quarta-Feira, dia 26 de março de 2014. Mais um dia começou e me encontro aqui, em meu quarto, pensamentos a mil e ócio me fazendo mais uma vez de sua marionete. Estranho começar o dia pra ninguém, sem muitas expectativas do que vai acontecer. Simplesmente acordar, ler, dormir, ''viver''. Sim, viver entre aspas porque de certa forma isso não é vida. Sinto saudades de acordar atrasado pro trabalho, sair sem tomar café, perder o ônibus e em todo caminho pensar numa desculpa pra dar ao chefe. Sinto falta de chegar em casa cansado, deitar em minha cama, agradecer a Deus por mais um dia de trabalho e contar os dias para o fim de semana pra poder sair da rotina. Basicamente tenho vivido meus das pra ninguém, pra nada.

Acredito que muitas pessoas conhecem um quadro chamado ''O Grito'' do pintor Munch. Então, acho que li em algum lugar, em um dos meus momentos de ócio ha um tempo atras, que este quadro mostrava ao homem moderno que ''Deus esta morto e o materialismo não dá alívio''. Bom, eu não faço a mínima ideia do que seja o materialismo e eu não acredito que Deus esteja morto. Mas não quero discutir o significado desta pintura nem esta frase, mas ambas me chamaram a atenção hoje quando acordei, depois do sonho que tive.
Sou leigo em relação a artes em geral. Não tenho paciência pra museus. Não gasto mais do que 5 segundos olhando uma pintura e não tento, nunca, entender o que o artista estava sentindo naquele exato momento. Pra mim só tem uma explicação, ele estava entediado e ocioso. E como bem sabemos, o ócio pode ser bem criativo às vezes.
Mas enfim, eu particularmente sempre gostei desta pintura, acho que ela mostra um ser angustiado, desesperado. De certa forma, acho que pela primeira vez em minha vida estou experimentando a sensação de verdadeira angústia. Por vezes a angústia turva o nosso pensamentos, as sensações e as nossas iniciativas. Mas interessantemente, turva ainda mais a expressão do rosto do angustiado, desde lá de baixo contraindo o estômago. Às vezes no pega pela mão, segura nosso cérebro, tampa-nos os ouvidos e os olhos. Como disse, não faço análises técnicas de pinturas, estou ciente da minha ignorância neste aspecto,  mas a angústia, por vezes, nos dá a sensação de ''O Grito'' certo? Mas, evidentemente, o que causa a angústia a la Munch em cada ser, é individual, única, cada um sabe de si, contudo, a face crispada é o espelho para todos nós os normais.

Mas me pergunto sempre, se o meu quadro atual fosse mesmo este, como fazer esta angústia cessar? O que fazer pra não me deixar levar por tal sentimento que transforma minha face em algo tão triste de se olhar? até quando dura esta fase? Sei que deixará de existir aos poucos, primeiro de um lado do rosto para depois passar para o outro lado até que meu rosto não tenha mais nenhum vestígio desta tal angústia que me deforma o rosto e transtorna minha alma, tirando-me então do meu estado Munch de ser. Sendo assim, se hoje, ao fixar seu olhar na pintura por um tempo e então fechar seus olhos por alguns instantes, além da escuridão, lá estará, segurando o rosto de forma triste e angustiante a minha face, tentando saltar pra fora do quadro onde me encontro preso esperando assim que o arauto do otimismo venha me contar que faltou uma possibilidade, seja qual for, que deixei escapar em um momento feliz de outrora. Mas tudo isso é ladainha, e só cola pra quem adora rir à toa e costuma se dizer feliz o tempo todo.

Então é isso. Enquanto tento sair deste meu estado Munch, vou me apegando a poesias e livros, tentando achar neles o vestígio de sorriso sincero e alegria constante que outrora foram tão visíveis em minha face,que hoje, excepcionalmente hoje, não tem motivos para sorrir, mas sim, de sentar, olhando para uma parede branca, imaginado que daqui pra frente tudo irá mudar. Pelo menos o  meu ''O Grito'' assim espera.

Status do dia: Hoje eu só quero que o dia termine bem.

Frase do dia: ''Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto'' -Fernando Pessoa

Música do Dia:                                    
Gravity - Sara Bareilles

                                                   


Por Maikon Marques